março 01, 2010

obrigada, Ary Barroso



sol é outra coisa


Sol é outra coisa. Hoje me levantei, já mais pra tarde que pra cedo, e ao ver essa luz toda abri portas e janelas. Pus os cobertores e travesseiros lá fora pra pegarem ar, e depois fiquei eu mesma como os lagartos. Há somente uma brisa leve. A vida calma desta aldeia retoma a sua rotina da semana. Os passarinhos cantam. No rádio toca Aquarela do Brasil e daqui a pouco o jornal dá notícias. E eu, apesar do mundo turbulento lá fora, de repente me lembro do título daquele filme que diz: a vida é bela.

lembranças e esquecimentos

Escrever não é algo que eu simplesmente decida fazer e pronto; quer dizer, é um pouco querer e um pouco o momento em que calha. Gosto quando as palavras simplesmente vêm, mesmo baralhadas, mas vêm e resta a mim recolhê-las e combiná-las como desejo, enfim. Sinto então como se fossem a ponta de um véu que se eu puxasse mais um pouquinho...
Mas nem elas nem eu temos tido sorte. Outro dia estava no trem, durante aquela meia hora de viagem desde a minha casa até o destino, e não sei por que tive vontade de pegar num papel e num lápis e esboçar uma frasezinha que vinha vindo, umas palavras insistentes que queriam se encaixar num puzzle qualquer. Mas eis que naquele dia saí sem papel, sem lápis ou caneta na bolsa; tinha esquecido mesmo o celular - porque no celular até podia registrar qualquer coisa. Desafiei então a minha memória, pra ver se pelo menos algo não se perdia... - o que foi esperar demais: uns dez minutos depois e eu já nem mesmo me lembrava que há pouco tinha querido reter uma palavra que fosse.
Hoje me fiz uma promessa: não esquecer de lembrar para depois não deixar cair tudo no esquecimento.