março 14, 2009

http://www.chapelariaalberto.com.br/


Eu adoro chapéus. São a minha vaidade. E olha que nem sou daquelas pessoas que ficam bem com qualquer arranjo que façam na cabeça: um lenço, um coque, um capuz, uma touca, um boné ou um chapéu com abas. Há quem fique uma maravilha. Não é o meu caso: é só porque acho o chapéu um adereço muito interessante. Às vezes paro em frente às vitrines das luvarias (acho igualmente lindas as luvas), onde há também chapéus (ou serão lojas de chapéu onde também vendem luvas?) e fico olhando o talhe de cada um, as fitas ou redes ou laços; os tecidos, os tons, o modo como foram arranjados na vitrine; e por fim olho também os preços... quem sabe me atrevo...Hoje já pouca gente usa. Na minha terra, nem pensar! O inverno lá acabou quando acabou a minha infância. O inverno então era friozinho, e dava até pra usar touca de lã. Foi assim que aprendi a fazer tricô: construindo a minha touca de lã.
Aqui no hemisfério norte ainda se usa bastante o chapéu, e até encontro muitas ofertas em estilos diferentes para ocasiões diferentes. Uma tentação. Já na minha cidade, no hemisfério sul, deve haver uma única loja (a da foto), que eu nem sei como sobrevive! Entrei lá uma vez, e as pessoas que encontrei me fizeram pensar que aquilo é coisa de família, que veio vindo pelas diversas gerações, talvez desde um avô muito antigo, o mais provável imigrante. Saí da loja com a história da família já toda imaginada.Sou assim: uma visitante de lojas de chapéus e de luvas onde teço as minhas histórias e não compro nada.

A mesma Chapelaria Alberto no início do século XX:

4 comentários:

  1. não é preciso comprar
    que basta
    esse roteiro trajecto viagem
    essa entrada passeio miragem
    esse encanto sonho espanto
    que as lojas são mundos cheios
    de tantas viagens e contos
    onde estórias dos passados ao presente
    são o presente que nos confiam
    esse dar sem receber
    por isso é perceber
    que não é preciso comprar
    cumpre já quem entra e se envolve
    quem se atreve quem nesse breve
    instante de passeio
    faz a memória reviver
    que um dia se vai ver
    de chapéu pois de luvas sim
    sem comprar
    porque se vai dar
    ao seu eu
    um oferecer

    :-)
    essa foi uma bonita bela viagem;
    e em Lisboa, onde há?

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  2. Lembro-me de quando, na minha infância, ia-se à "cidade" fazer compras. Ipanema, Leblon tinham apenas aquele comércio típico de bairr: armazém, quitanda, farmácia, armarinho, padaria... Ainda se usavam luvas, mas já não se usava chapéu (a não ser alguns velhos senadores do interior), o que muito lamentava minha mãe. Nunca imaginaria que uma chapelaria resiste, impávida, no centro do Rio. Quem sabe os compradores são atores de cinema e de TV que deles percsam para compor seus personagens?

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  3. Também adoro chapéus! Tenho vários mas é um problema porque ninguém mais usa. É lindo nesses filmes antigos que as pessoas andam de chapéu pela rua e ninguém acha estranho nem exótico.
    Quando eu virar um membro da velha guarda vou poder usar chapeú sem ser incomodado rsss
    bjs

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