abril 21, 2010

cena muito breve


Vou a Lisboa. Viagem maior do que de facto é. Um esforço para tentar reinventar os dias que, nesses dias de hoje, são horas lentas, pesadas, sem fim. O fiscal se aproxima; tenho o bilhete nas mãos e observo, enquanto ouço aquelas canções que trazem todo o resto que já foi e que ainda é. Nas janelas passa o mundo veloz: a paisagem conhecida, as casas, o mar, mas nem todos dão por isso. Em mim as referências momentaneamente se esbatem, embalada pelos correr da máquina que se agarra aos trilhos. Fecho os olhos e ouço, a música, o atrito das ferragens, a conversa ao lado.
O sinal sonoro que pontualmente me desperta do torpor.
Chegamos enfim, e lá está ela: a cidade. Última paragem antes de seguir - para onde?

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