Um blogue-diário, com textos, fotografias ou o que mais houver. Um blogue intermitente, porque há sempre fases e fases.
março 13, 2012
as casas
AS CASAS I
As casas vieram de noite
De manhã são casas
À noite estendem os braços para o alto
fumegam vão partir
Fecham os olhos
percorrem grandes distâncias
como nuvens ou navios
As casas fluem de noite
sob a maré dos rios
São altamente mais dóceis
que as crianças
Dentro do estuque se fecham
pensativas
Tentam falar bem claro
no silêncio
com sua voz de telhas inclinadas
Luiza Neto Jorge, «As Casas», Terra Imóvel, 1964
Poesia 1960-1989, Lisboa, Assírio & Alvim, 2.ª ed., 2001
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Lindas, as fotos e o poema.
ResponderExcluirLembrei-me do Carlos D. de Andrade:
"A casa deve ser o complemento e a negação da rua"