novembro 01, 2012

marcos

Às vezes me vejo num mudo diálogo com certas coisas – aparentemente inanimadas tal como entendemos; mas sei que vida e ânimo são tudo o que elas encerram sem que no entanto o percebamos a não ser... por força de uma súbita ligação. Como se elas conectassem essa vida conosco somente quando um elo sentimental se estabelecesse. (Memória, nem sempre óbvia, ou do que nunca houve, mas de algum modo memória.)
Hoje vi duas fotos. De dois lugares. (Tenho afeto pelos lugares, mesmo aqueles que não foram meus). As fotos desses lugares mostravam uma praça e uma grande pedra. São uma praça e uma pedra das minhas memórias, marcos de momentos da minha vida, da vida de uma coletividade que é minha também. Eu as possuo e elas a mim. Somos eternamente umas das outras. Isso é muito engraçado e muito bom: tenho uma pedra; tenho uma praça. Brinco com elas e, de longe, nos dizemos "olha eu aqui!"


marco: pedra ou estaca que demarca terrenos ou distâncias; fronteira; pedra que assinala um acontecimento; o que serve de referência; aquilo que simboliza um lugar e/ou um acontecimento importante. [F.: Do germânico marka, pelo lat. medv. marcus. Hom./Par.: marco (sm.), marco (fl. de marcar).]

Um comentário:

  1. olá Ana. retribuo a visita e venho dizer que é sempre uma alegria reencontrar-te, mesmo que seja aqui, nos desvãos virtuais.
    beijo

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